A OCDE atribui esta quebra acentuada em Portugal “principalmente devido ao aumento dos impostos a pagar, com o PIB real per capita também a contrair-se (-0,6%)”.

A organização salienta que esta subida nos impostos ocorreu após uma descida no trimestre anterior, resultante de alterações no regime tributário. No final de 2024, as taxas de retenção na fonte do IRS foram excecionalmente baixas para compensar retroativamente a descida do imposto aprovada nesse ano, o que influenciou a base de comparação.

O panorama geral na OCDE foi misto, com metade dos 20 países com dados disponíveis a registar um aumento do rendimento e a outra metade uma queda.

Entre os países do G7, apenas o Reino Unido (-1,3%) e a Alemanha (-0,4%) viram o rendimento real diminuir, penalizados pela inflação.

Em contrapartida, o Chile destacou-se com o maior crescimento (3,1%), beneficiando da queda da inflação e do aumento do PIB per capita. A situação em Portugal reflete uma pressão acrescida sobre o poder de compra das famílias no início do ano, num contexto em que a política fiscal teve um impacto direto e significativo nos rendimentos disponíveis, colocando o país numa posição desfavorável em comparação com os seus parceiros internacionais.