Os dados, divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), mostram que apenas 27,3% dos desempregados (99,7 mil pessoas) conseguiram transitar para o emprego, enquanto 18,6% passaram para a inatividade. As estatísticas de fluxos entre estados do mercado de trabalho indicam uma elevada estabilidade para quem se encontra empregado: 97,2% (5.036,5 mil pessoas) mantiveram o seu posto de trabalho entre os dois trimestres.
Apenas uma pequena fração transitou para o desemprego (1,3%) ou para a inatividade (1,5%).
A análise por género revela que os homens tiveram uma transição mais bem-sucedida para o emprego, com 30,5% dos desempregados a encontrarem trabalho, em comparação com 24,3% das mulheres. A duração do desemprego também se mostrou um fator determinante, com os desempregados de curta duração a terem uma maior probabilidade de transição para o emprego (33,5%) do que os pertencentes à “força de trabalho potencial” (19,4%). Os dados revelam ainda uma mobilidade contratual positiva, com 22,3% dos trabalhadores com contrato a termo a passarem para um contrato sem termo no segundo trimestre.
Adicionalmente, 3,2% das pessoas que permaneceram empregadas mudaram de emprego, indicando alguma dinâmica de mobilidade no mercado. Contudo, a elevada percentagem de desempregados que não conseguem sair dessa situação num período de três meses aponta para desafios estruturais na reintegração profissional em Portugal.