Apenas 23% dos 220,4 mil trabalhadores ativos registados tinham contribuições sociais, o que evidencia a precariedade e a desproteção que afetam a maioria destes profissionais.

Segundo dados do Instituto da Segurança Social (ISS), embora o salário médio tenha registado um aumento nos últimos anos, passando de 318 euros em 2022 para 358 euros em 2024, este valor continua a representar menos de metade do Salário Mínimo Nacional (820 euros em 2024).

Esta discrepância sugere uma subdeclaração generalizada de rendimentos, com graves implicações para o acesso a prestações sociais como subsídios de doença, desemprego e pensões de velhice. O número de trabalhadores com contribuições ativas era de apenas 51,5 mil em dezembro de 2024, uma percentagem que se tem mantido consistentemente baixa nos últimos três anos. A falta de descontos é um problema estrutural, com um estudo do Sindicato dos Trabalhadores de Serviços (STAD) a indicar que 48% das profissionais não fazem descontos, sendo que o principal motivo apontado (60% dos casos) é a recusa dos empregadores em assegurá-los. Num contexto em que o Governo propõe a despenalização da não declaração de contratos, a situação levanta preocupações sobre um potencial agravamento da informalidade e da evasão contributiva num setor já de si vulnerável.