No entanto, a cortiça nacional, juntamente com os medicamentos genéricos, foi incluída na lista de produtos isentos, representando um alívio estratégico para uma das principais indústrias exportadoras do país.

A decisão gerou reações mistas em Portugal.

O setor do vinho manifestou a sua “profunda deceção”.

A ViniPortugal alertou que a medida “irá afetar severamente as exportações para os EUA, um mercado essencial para os vinhos portugueses”, estimando que a quebra no mercado “possa ultrapassar os 20%”. A competitividade dos vinhos portugueses, especialmente os de gama baixa, fica comprometida face a produtores de países como Chile ou Argentina, que enfrentam tarifas de apenas 10%.

Por outro lado, a indústria da cortiça celebrou a isenção como uma vitória. A APCOR – Associação Portuguesa da Cortiça considerou a decisão um “reconhecimento internacional da especificidade geográfica única da cortiça” e sublinhou que a isenção é “determinante para inverter as recentes tendências das exportações portuguesas de cortiça, garantindo maior competitividade”.

O Comissário Europeu para o Comércio, Maroš Šefčovič, admitiu o fracasso em incluir o vinho na isenção, dizendo “Infelizmente, não conseguimos”, mas acrescentou que as negociações irão continuar para tentar reduzir a tarifa aplicada a esta categoria no futuro.