A quebra, mais acentuada do que o esperado, foi penalizada pelo fraco desempenho da produção industrial, afetada pelo impacto das novas tarifas comerciais impostas pelos EUA.

De acordo com o instituto de estatística Destatis, “a produção industrial, em particular, teve uma performance pior do que o inicialmente assumido”. O desempenho negativo reflete o fim de um efeito de antecipação: no início do ano, a indústria germânica registou um aumento de encomendas, com empresas a acumularem 'stock' para exportar para os EUA antes da entrada em vigor das tarifas.

Com o fim desse período, a procura abrandou abruptamente.

O investimento também quebrou 1,4% e o consumo interno teve um desempenho abaixo do esperado.

Esta contração segue-se a um ligeiro crescimento de 0,3% no primeiro trimestre, que foi precisamente impulsionado pela atividade industrial pré-tarifas. O Bundesbank, banco central alemão, já prevê um cenário de estagnação para o terceiro trimestre, citando a turbulência no comércio mundial e o agravamento das perspetivas do mercado de trabalho.

Carsten Brzeski, da ING, comentou que “a economia experiencia uma reversão do efeito inicial e o primeiro impacto em grande das tarifas dos EUA.

A economia alemã habitou-se à estagnação e pode demorar até ao próximo ano até uma recuperação substancial ter início”.

A debilidade da economia alemã representa um sinal de alerta para toda a Zona Euro, dada a sua centralidade nas cadeias de valor europeias.