O presidente da associação, Luís Onofre, sublinhou que 2025 "está a ser um ano muito exigente para a indústria de calçado a nível internacional", mas destacou que Portugal "tem vindo a ganhar quota face aos principais 'players' internacionais". A capacidade de exportar mais de 90% da produção para 170 países permite que a indústria revele um "desempenho globalmente positivo". Este crescimento contrasta com as quedas acentuadas de grandes produtores mundiais: a China, responsável por 55% da produção mundial, viu as suas exportações recuarem 12,5%, enquanto o México e a Turquia registaram quedas de 19,3% e 15,3%, respetivamente.
Na Europa, concorrentes diretos como Itália e Espanha também apresentaram quebras de 2,6% e 2%. A Alemanha reforçou-se como principal destino do calçado português, com um crescimento de 13,1% para 217 milhões de euros, e a França manteve uma evolução positiva de 1,4% para 167 milhões. Em contrapartida, as vendas para os Países Baixos recuaram 5,3% e para os EUA caíram 6,4%, embora este último mercado seja visto como uma prioridade estratégica, onde Portugal pode afirmar-se como uma "sólida alternativa à produção massificada e ambientalmente insustentável", impulsionado por investimentos superiores a 100 milhões de euros no âmbito do PRR.