Este desempenho positivo contrasta com as quebras registadas pelos principais concorrentes mundiais, como China, Itália e Espanha, permitindo a Portugal ganhar quota de mercado.
Num contexto internacional que o presidente da APICCAPS, Luís Onofre, classifica como “muito exigente”, o setor exportou 36 milhões de pares de sapatos, um aumento de 5,4% em quantidade.
O desempenho de Portugal é notável quando comparado com os principais produtores mundiais.
A China, responsável por cerca de 55% da produção global, viu as suas exportações recuarem 12,5%.
Outros concorrentes diretos, como o México e a Turquia, registaram quedas de 19,3% e 15,3%, respetivamente.
Na Europa, Itália e Espanha também apresentaram quebras de 2,6% e 2%.
A Alemanha consolidou-se como o principal destino do calçado português, com um crescimento de 13,1% para 217 milhões de euros. O mercado norte-americano, considerado prioritário, registou uma quebra de 6,4% para 40 milhões de euros, mas Luís Onofre destaca que o enquadramento tarifário mais favorável para Portugal, em comparação com países como Brasil (50%) ou China (30%), pode ser uma “oportunidade para reforçar a presença nos EUA”. Este crescimento é sustentado por investimentos de mais de 100 milhões de euros no âmbito do PRR, focados em automação, robótica e sustentabilidade.