Segundo a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE), esta aceleração foi largamente impulsionada pelo aumento significativo dos preços dos produtos alimentares não transformados, que dispararam 7,0%. A subida nos alimentos frescos, como carne, peixe e legumes, contrasta com a variação dos produtos energéticos, que registaram uma variação homóloga negativa de -0,2%, ainda assim menos intensa que a queda de 1,1% observada em julho. A inflação subjacente, que exclui estes dois componentes mais voláteis, manteve-se estável nos 2,5%, o mesmo valor do mês anterior, sugerindo que a pressão inflacionista está concentrada em bens essenciais.
Em termos mensais, o Índice de Preços no Consumidor (IPC) registou uma variação negativa de -0,2%.
A divulgação destes dados suscitou reações políticas, com o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, a afirmar que a solução para o aumento do custo de vida passa por resolver o “problema estrutural que se chama salários e rendimentos”.
Defendeu um “choque salarial”, argumentando que o crescimento económico de 1,9% no último trimestre “não tem consequência nenhuma na vida das pessoas”. O líder comunista sublinhou que os valores da inflação não refletem totalmente o aumento do custo de vida, pois deixam de fora a componente da habitação, onde os preços também têm subido de forma acentuada. Os dados definitivos da inflação de agosto serão publicados pelo INE a 10 de setembro.