A parceria estratégica, que visa criar a maior zona de comércio livre do mundo, promete um aumento de 39% nas exportações anuais da União Europeia, equivalente a um acréscimo de 49 mil milhões de euros.

Este acordo histórico, negociado ao longo de duas décadas, é visto como uma oportunidade para reforçar os laços económicos e políticos com parceiros estratégicos.

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, defendeu que acordos equilibrados como este tornam a UE “mais forte” e trazem “benefícios para ambas as partes”.

As vantagens económicas são substanciais, prevendo-se a redução de tarifas aduaneiras em setores industriais chave, como os automóveis (atualmente com taxas de 35%), maquinaria (entre 14% e 20%) e produtos farmacêuticos (até 14%). O setor agroalimentar europeu poderá ser um dos grandes beneficiados, com uma previsão de crescimento nas exportações de, pelo menos, 50%, abrangendo produtos como vinho, azeite e chocolate, além da proteção de 344 indicações geográficas.

Contudo, o acordo enfrenta forte contestação do setor agrícola europeu, que teme a concorrência desleal.

Para mitigar estes receios, o comissário europeu para o Comércio, Maros Sefcovic, prometeu “fortes salvaguardas” para proteger os produtores de “um crescimento prejudicial das importações” provenientes dos países do Mercosul. A operacionalização destas salvaguardas será crucial para a ratificação final do acordo pelos 27 Estados-membros e pelo Parlamento Europeu, num processo que se espera concluído até ao final do ano.