A forte procura pelo metal precioso, considerado um ativo de refúgio, é impulsionada pela crescente incerteza económica e geopolítica global, bem como pelas expectativas de cortes nas taxas de juro nos Estados Unidos.

Analistas atribuem esta escalada a uma conjugação de fatores.

A perspetiva de um corte de 0,25 pontos percentuais na próxima reunião da Reserva Federal (Fed) norte-americana, a 16 e 17 de setembro, enfraquece o dólar e os rendimentos das obrigações, tornando o ouro mais atrativo. A isto somam-se as tensões geopolíticas, nomeadamente as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza, e a instabilidade comercial decorrente da política de tarifas da administração Trump, que aumentam a procura por ativos seguros.

Desde o início do ano, o valor do ouro já aumentou cerca de um terço. A recente decisão de um tribunal federal de recurso dos EUA, que considerou ilegais grande parte das tarifas impostas por Donald Trump, introduziu, segundo o analista Russ Mould, “uma nova dose de incerteza nos mercados”, beneficiando o ouro.

A prata acompanha esta tendência, sendo negociada também em valores próximos de máximos históricos.

A persistência da inflação nos Estados Unidos e as preocupações com a independência da Fed, face às pressões de Trump, são outros fatores que sustentam a valorização do metal precioso.