A gigante tecnológica já anunciou que irá recorrer da decisão, que considera "incorreta" e prejudicial para as empresas europeias. A decisão de Bruxelas conclui uma investigação iniciada em 2021, que determinou que a Google favoreceu sistematicamente os seus próprios serviços de tecnologia publicitária ('adtech') em detrimento de concorrentes, anunciantes e editores ('publishers'). Segundo a Comissão, esta prática anticoncorrencial resultou em custos de marketing mais elevados, que provavelmente foram repercutidos nos consumidores sob a forma de preços mais altos.
A comissária europeia Teresa Ribera afirmou que a empresa violou as "regras do jogo" e que a coima foi agravada por se tratar da terceira vez que a Google infringe as normas de concorrência da União Europeia. Além da sanção financeira, Bruxelas exigiu que a Google ponha fim às práticas ilegais e elimine os conflitos de interesse identificados na sua cadeia de abastecimento de publicidade.
A empresa tem 60 dias para informar a Comissão sobre como planeia cumprir estas exigências.
Em resposta, Lee-Anne Mulholland, diretora-geral dos Assuntos Regulatórios da Google, declarou que a decisão é "injustificada" e que a empresa irá recorrer, argumentando que as mudanças exigidas "vão prejudicar milhares de empresas europeias".
Esta é a segunda multa mais elevada aplicada pela UE a uma empresa por abuso de posição dominante, sendo superada apenas por outra sanção de 4 mil milhões de euros, também imposta à Google em 2018, por violações relacionadas com o sistema operativo Android.