Esta redução, atribuída a condições climatéricas adversas, coloca em risco a viabilidade económica dos viticultores da região.
A Associação Técnica dos Viticultores do Alentejo (ATEVA) descreve o ano agrícola como "particularmente difícil", uma consequência direta de um padrão climático extremo que combinou chuvas intensas até abril com períodos de "calor extremo e muito continuado" posteriormente. Esta conjugação de fatores resultou numa menor frutificação e em uvas com menos peso, como ilustrado pela diretora técnica da associação, Patrícia Cotrim: "temos reboques cheios que, em vez de pesarem 10 toneladas, pesam sete". A crise agrava-se pela associação da quebra produtiva ao "baixo preço das uvas pago aos viticultores", uma situação que põe em causa não só a sustentabilidade económica, mas também o equilíbrio social e ambiental da região.
O cenário contrasta com o apoio governamental de 50 cêntimos por quilo de uva para destilação atribuído exclusivamente à região do Douro, uma medida que Patrícia Cotrim descreve como "mais uma pedrada" no setor alentejano, manifestando preocupação com a "dualidade de critérios" do Governo. A ATEVA recorda que a crise já levou ao arranque de 800 hectares de vinha e ao abandono de outros 100 no ano anterior, sublinhando o impacto negativo nas exportações e na economia regional.