O relatório conclui que o modelo de financiamento atual é “insuficiente para cobrir os custos reais” suportados pelas instituições, uma situação que se agrava com o aumento dos custos operacionais, nomeadamente com pessoal. José Bourdain, presidente da Associação Nacional de Cuidados Continuados (ANCC), sublinhou que “os salários, nomeadamente o salário mínimo, sobem juntamente com a inflação”, mas os aumentos do Estado não acompanham esta subida, levando a um “subfinanciamento crónico”. Esta situação, segundo Bourdain, dificulta a retenção de recursos humanos, que “fogem para o Estado, imigram ou vão para os privados, que pagam melhor”. O estudo aponta ainda que a legislação atual é “manifestamente insuficiente” no que toca às dotações de pessoal, não contemplando categorias profissionais essenciais como técnicos de manutenção ou pessoal de limpeza. Para resolver o problema, os peritos da Faculdade do Porto propõem uma nova fórmula de atualização anual dos preços pagos pelo Estado, que considere de forma autónoma o impacto do salário mínimo e da inflação, e a introdução de um “fator de investimento” para cobrir necessidades estruturais e de renovação de equipamentos.
