Os senhorios poderão atualizar as rendas em até 2,24% a partir de 1 de janeiro de 2026, de acordo com o coeficiente de 1,0224 publicado em Diário da República. Este valor, que serve de base para a atualização anual dos contratos de arrendamento ao abrigo do Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU), reflete a variação média do índice de preços no consumidor, excluindo a habitação, nos últimos 12 meses até agosto. Este aumento representa uma ligeira aceleração face ao coeficiente de 2,14% aplicado em 2025, mas permanece significativamente abaixo da subida de 6,94% que a inflação ditaria e que levou o Governo a impor um travão no passado. A atualização não é obrigatória, ficando ao critério do senhorio, que deve comunicar a intenção ao inquilino com uma antecedência mínima de 30 dias por carta registada.
A medida surge num contexto de forte pressão no mercado de arrendamento, onde os preços em Portugal cresceram 10% no último ano e mais de 70% nos últimos cinco anos, segundo dados citados. O Governo, por sua vez, pondera eliminar o limite de 2% no aumento de rendas para novos contratos, uma medida do anterior executivo, para tentar dinamizar a oferta no mercado.
Desde o ano passado, este coeficiente de atualização também se pode aplicar às rendas antigas, anteriores a 1990, que não transitaram para o NRAU e que se mantinham inalteradas.
Em resumoO coeficiente de atualização das rendas para 2026 foi fixado em 2,24%, permitindo aos senhorios um aumento moderado nos contratos de arrendamento. Este valor, embora superior ao do ano anterior, reflete a contenção da inflação e surge num momento em que o Governo avalia a liberalização dos aumentos em novos contratos para estimular o mercado.