A União Europeia, no entanto, confia que um acordo comercial prévio limita as taxas sobre os seus produtos a 15%.

A nova política tarifária, anunciada pelo Presidente Donald Trump, entrará em vigor a 1 de outubro de 2025 e aplicar-se-á a empresas que não estejam a construir ou a operar fábricas nos Estados Unidos. A medida insere-se numa estratégia protecionista mais ampla, que inclui também a aplicação de taxas de 25% sobre camiões, 50% sobre móveis de cozinha e 30% sobre móveis estofados.

Esta decisão gerou um confronto direto com a União Europeia. A Comissão Europeia reagiu, afirmando que o acordo comercial celebrado em julho com Washington estabelece um limite de 15% para as tarifas sobre produtos farmacêuticos europeus. O porta-voz para o Comércio, Olof Gill, explicou que o acordo estipula este limite, e Bruxelas saudou a sua aplicação retroativa a 1 de agosto.

A indústria farmacêutica europeia alertou para as graves consequências da medida norte-americana.

Nathalie Moll, diretora-geral da Federação Europeia das Indústrias e Associações Farmacêuticas (Efpia), afirmou que as tarifas de 100% "criariam o pior cenário possível", pois iriam "aumentar os custos, interromper as cadeias de abastecimento e impedir os doentes de obter tratamentos vitais".

O episódio evidencia as crescentes tensões comerciais e o desafio de equilibrar políticas protecionistas nacionais com acordos comerciais internacionais.