A gigante alemã de componentes automóveis Bosch planeia eliminar mais de 13.000 postos de trabalho na Alemanha até 2030, numa reestruturação drástica para enfrentar a crise no setor. A medida, que visa uma poupança anual de 2,5 mil milhões de euros, reflete a crescente pressão da concorrência e a queda na procura de automóveis. O plano de reestruturação, que afeta cerca de 3% da força de trabalho global da empresa e 10% dos seus efetivos na Alemanha, é um reflexo das dificuldades que a indústria automóvel europeia, e em particular a alemã, enfrenta. A empresa justifica os cortes com a necessidade de reduzir custos para assegurar a sua competitividade num mercado impactado pela queda da procura mundial, aumento dos custos, forte concorrência chinesa e as tarifas de importação aplicadas pelos Estados Unidos.
Stefan Grosch, responsável de recursos humanos da Bosch, defendeu que o grupo enfrenta "enormes desafios" e que os cortes, embora "muito dolorosos", são "inevitáveis". A decisão da Bosch não é um caso isolado; outros gigantes alemães como a Volkswagen, que prevê reduzir 35.000 postos de trabalho, Continental e ZF também anunciaram milhares de despedimentos nos últimos meses. O sindicato IG Metall já criticou a medida, classificando-a como uma redução de pessoal de "dimensão histórica" que não oferece garantias para a proteção das fábricas alemãs.
A operação da Bosch em Portugal, que emprega cerca de 6.800 pessoas, não deverá ser afetada, com os cortes a concentrarem-se essencialmente na Alemanha.
Em resumoA Bosch irá cortar mais de 13.000 empregos na Alemanha até 2030, visando uma poupança anual de 2,5 mil milhões de euros para manter a competitividade. Esta medida drástica, que reflete a crise no setor automóvel europeu, junta-se a anúncios semelhantes de outras grandes empresas alemãs, enquanto as operações em Portugal não deverão ser afetadas.