O número de trabalhadores afetados por despedimentos coletivos em Portugal atingiu em julho o valor mais elevado para esse mês nos últimos dez anos, excluindo o período pandémico. Os dados revelam uma tendência de agravamento, com o número de trabalhadores abrangidos a crescer mais de 30% desde o início do ano. De acordo com o relatório da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), em julho foram efetivamente despedidos 781 trabalhadores no âmbito de processos de despedimento coletivo. Este é o número mais alto para um mês de julho desde 2015, à exceção do ano atípico de 2020. A tendência de subida é confirmada pelos dados acumulados: de janeiro a julho de 2025, um total de 4.688 trabalhadores foram abrangidos por estes processos, representando um aumento de 30,3% face ao mesmo período de 2024. O número de empresas que recorreram a este mecanismo também subiu 13,3%, totalizando 332 processos.
A análise setorial revela que as atividades de consultoria, científicas e técnicas, juntamente com as indústrias transformadoras, foram as mais afetadas, concentrando a maioria dos despedimentos.
Geograficamente, a região de Lisboa e Vale do Tejo foi a mais penalizada, respondendo por 81% dos trabalhadores despedidos em julho. É de notar que, ao contrário de anos anteriores, uma parte significativa dos processos (45%) foi iniciada por pequenas empresas, indicando que as dificuldades no mercado de trabalho estão a afetar de forma transversal o tecido empresarial português.
Em resumoO mercado de trabalho português registou um sinal de alarme em julho, com 781 trabalhadores a serem alvo de despedimento coletivo, o valor mais alto para este mês numa década. A tendência de agravamento é visível no acumulado do ano, com um aumento de mais de 30% no número de trabalhadores afetados, refletindo as dificuldades sentidas por empresas de todas as dimensões.