Caso o apoio seja totalmente retirado, o preço da gasolina e do gasóleo poderá aumentar até 10%, o que representa um acréscimo de cerca de oito euros para encher um depósito de 50 litros.

Numa carta enviada ao Ministério das Finanças, Bruxelas solicitou "ações concretas" para terminar com a medida, argumentando que a sua manutenção "não está em linha com as recomendações do Conselho Europeu".

O desconto, que atualmente se traduz numa redução de 13,2 cêntimos por litro na gasolina e 11,7 cêntimos no gasóleo, foi criado para mitigar o impacto da escalada dos preços da energia após a invasão da Ucrânia. Em reação, o ministro da Economia, Manuel Castro Almeida, admitiu que serão necessários "ajustamentos", mas sublinhou que "é impensável fazê-lo de uma só vez". O Governo pretende implementar a retirada do apoio de forma gradual, aproveitando os momentos em que haja uma quebra nos preços dos combustíveis para que os consumidores não sintam o impacto de forma abrupta. Por outro lado, a associação das petrolíferas (EPCOL) argumenta que Portugal já cumpre as regras europeias, uma vez que as taxas de ISP aplicadas no país, mesmo com o desconto, são superiores aos mínimos exigidos pela UE. Segundo a associação, 17 países europeus cobram menos ISP que Portugal, e a fixação do imposto é uma competência nacional.