As contas das Administrações Públicas registaram um excedente de 2.011,2 milhões de euros até agosto, representando uma melhoria de 1.487,1 milhões de euros face ao mesmo período de 2024. Este desempenho, divulgado na síntese de execução orçamental, resulta de um crescimento da receita (8%) superior ao da despesa (6,1%). A receita fiscal do Estado foi um dos principais motores deste resultado, totalizando 39.608,8 milhões de euros, um aumento de 8,7% em termos homólogos. A evolução foi impulsionada sobretudo pelo crescimento da receita de IRS (+16,6%) e de IVA (+9,4%). Em contrapartida, a receita de IRC contraiu 8%, uma quebra justificada pela redução dos pagamentos de autoliquidação devido ao aumento dos pagamentos por conta efetuados em 2024.
Outro pilar fundamental para o saldo positivo foi o desempenho da Segurança Social, que acumulou um excedente de 4.408,4 milhões de euros nos primeiros oito meses do ano, um valor superior aos 3.339,7 milhões registados no período homólogo.
Este resultado evidencia o papel crucial das contribuições sociais para o equilíbrio das contas públicas.
No entanto, nem todos os indicadores foram positivos.
Os pagamentos em atraso das entidades públicas aumentaram para 889,2 milhões de euros, mais 245,8 milhões face a 2024, com a área da saúde a ser a principal responsável por esta subida.
Em resumoO excedente orçamental até agosto reflete uma conjuntura económica favorável, marcada por um forte aumento da receita fiscal e das contribuições para a Segurança Social. No entanto, o crescimento da despesa e o aumento dos pagamentos em atraso, especialmente na saúde, constituem pontos de atenção para a sustentabilidade das finanças públicas.