A garantia pública para a compra de primeira habitação por jovens até 35 anos demonstrou uma forte adesão, tendo abrangido 15,3 mil contratos de crédito nos primeiros oito meses de 2025, num montante total de 3 mil milhões de euros. Segundo dados do Banco de Portugal, esta medida representou quase um quarto (24,8%) do montante total de crédito à habitação concedido no país durante este período. O regime, que permite ao Estado atuar como fiador em até 15% do valor da transação, tem sido um instrumento crucial para facilitar o acesso dos jovens ao financiamento, permitindo-lhes obter até 100% do valor de avaliação do imóvel. A sua popularidade é evidente nos números: os contratos com garantia pública corresponderam a 39,6% do número de empréstimos e 41,9% do montante contratado por jovens até 35 anos.
A elevada procura levou a que, no final de agosto, já estivessem utilizados 37,5% (407 milhões de euros) da dotação total da garantia. Em resposta, o Governo reforçou recentemente o montante disponível em 350 milhões de euros, elevando o valor total para 1.550 milhões de euros. A análise regional revela uma maior adesão em zonas com preços de habitação mais acessíveis, como o Alentejo e a Lezíria do Tejo, onde mais de metade dos créditos a jovens recorreram a esta garantia.
Em contraste, na Grande Lisboa e na Madeira, o peso foi menor, representando cerca de um terço do total.
Apenas em agosto, foram celebrados 2,1 mil contratos ao abrigo deste regime, num total de 416 milhões de euros, embora se tenha registado uma ligeira diminuição face a julho.