Os dados, divulgados pelo Eurostat, confirmam uma tendência de forte pressão no mercado imobiliário nacional, que se destaca consistentemente dos seus parceiros europeus.
Para além da liderança na variação homóloga, Portugal também apresentou o maior crescimento em cadeia, com os preços a subirem 4,7% face ao primeiro trimestre do ano.
Este dinamismo contrasta com a média da Zona Euro (1,6%) e da UE (1,7%), e evidencia um sobreaquecimento que tem gerado preocupações sociais e políticas.
Apenas a Finlândia registou uma quebra homóloga nos preços (-1,3%), enquanto a Bulgária (+15,5%) e a Hungria (+15,1%) seguiram Portugal com as maiores subidas.
A escalada de preços é um fenómeno de longo prazo; dados do Eurostat indicam que, entre 2010 e 2025, o valor das casas em Portugal mais do que duplicou, com um aumento acumulado de 141%, muito acima da subida de 28,8% registada nas rendas no mesmo período. A persistente crise habitacional levou o Governo a anunciar um novo pacote de medidas, o "Construir Portugal", que visa estimular a oferta.
Vítor Ferreira, professor e especialista no setor, destacou que o Índice de Preços da Habitação atingiu "máximos históricos recentes", refletindo uma "recuperação estrutural da confiança e do poder de compra das famílias".
Contudo, a eficácia das novas políticas governamentais para moderar esta escalada de preços permanece sob intenso escrutínio.













