Esta é uma das conclusões centrais do 2.º Barómetro Doutor Finanças sobre Hábitos de Investimento, que revela uma forte aversão ao risco e uma preferência por produtos de capital garantido. O estudo, desenvolvido em parceria com o Centro de Estudos Aplicados da Católica-Lisbon, mostra que, entre os 39% de portugueses que investem, os produtos mais populares são os tradicionais: depósitos a prazo (49%), Planos Poupança Reforma (PPR) (38%) e certificados de aforro ou do Tesouro (35%).

Ativos de maior risco como ETFs (14%) e criptomoedas (10%) têm uma expressão residual.

Este perfil conservador é confirmado pela baixa tolerância a perdas: quase metade dos inquiridos (48%) admite não ter nenhuma tolerância, optando exclusivamente por produtos de capital garantido, e apenas 3% tolera perdas acima de 20%.

A experiência passada parece influenciar este comportamento, já que 44% dos investidores afirmam já ter perdido dinheiro em investimentos.

Sérgio Cardoso, do Doutor Finanças, afirma que estes dados são "um alerta para a necessidade de mudança", sublinhando a importância de "aumentar o conhecimento и a confiança dos portugueses em relação ao investimento". A análise revela ainda que, embora 71% dos inquiridos afirmem conhecer o conceito de diversificação, apenas 40% o aplica de forma efetiva, concentrando as suas poupanças em produtos de baixo risco, o que, segundo o relatório, "aumenta a vulnerabilidade dos investidores a flutuações do mercado" e à erosão do poder de compra pela inflação.