Num comunicado com o título "Eles comem tudo, eles comem tudo e não deixa nada", a CNT revelou que, após questionar a administração, o CEO Mark Bourke e o presidente do Conselho Geral e de Supervisão, Byron Haynes, confirmaram que os trabalhadores não receberiam qualquer prémio extraordinário. A justificação da administração foi que os bónus atribuídos no último ano seriam suficientes, um argumento que a CNT refuta, salientando que os membros dos conselhos de administração receberam "melhorias salariais muito superiores às dos trabalhadores e bónus quase 70 vezes superiores". A comissão de trabalhadores defende que a reestruturação e o sucesso da venda do banco foram possíveis "graças ao empenho" dos mais de 4.000 funcionários. Perante a recusa da administração, a CNT anunciou que irá lançar um abaixo-assinado e desenvolver iniciativas para que os trabalhadores sejam "recompensados com um prémio de dois salários, o que representa cerca de 25 milhões de euros". Este valor, sublinham, corresponde a apenas 2,27% dos 1,1 mil milhões de euros que serão distribuídos pelos gestores, descrevendo-o como "uma migalha do grande bolo". A polémica surge num contexto em que a venda do banco permitiu ao Estado recuperar quase 2 mil milhões de euros dos fundos públicos injetados na instituição desde a resolução do BES em 2014.