Esta valorização acentuada reflete a crescente procura por ativos de refúgio num cenário de instabilidade geopolítica e incerteza económica. A escalada do metal precioso, que já acumula uma valorização de quase 50% desde o início do ano, está a ser impulsionada por um conjunto de fatores convergentes. Os analistas apontam para “compras massivas por parte dos bancos centrais”, especialmente de mercados emergentes que procuram diversificar as suas reservas e reduzir a dependência do dólar, a “fraqueza do dólar” e o “contexto geopolítico”.

As tensões políticas nos Estados Unidos, com a paralisação parcial do governo federal, e a crise política em França, com a demissão do primeiro-ministro, são citadas como catalisadores diretos desta corrida ao ouro.

O movimento confirma o seu estatuto de porto seguro em tempos de crise.

A trajetória de subida tem sido consistente, com o ouro a bater sucessivos recordes ao longo da semana, negociando em valores que variaram entre 3.933 e 3.977 dólares.

Este desempenho posiciona 2025 como o potencial melhor ano para o ouro desde 1979. A prata também beneficiou deste movimento, com uma valorização superior a 60% no ano, aproximando-se do seu melhor desempenho desde 2010.

Analistas de instituições como o Bank of America já reviram em alta o preço-alvo para 4.000 dólares, perspetivando que a tendência de alta se mantenha, sustentada pela forte procura e pela expectativa de novos cortes nas taxas de juro nos EUA.