Enquanto os preços das casas na UE e na Zona Euro cresceram, em média, 5,4% e 5,1%, respetivamente, Portugal liderou a tabela de forma destacada, seguido pela Bulgária (+15,5%) e pela Hungria (+15,1%).

Esta tendência acentua a divergência entre a realidade portuguesa e a europeia, onde o ritmo de crescimento tem sido mais moderado. A análise de longo prazo do Eurostat revela uma trajetória ainda mais expressiva: entre 2010 e o segundo trimestre de 2025, os preços das casas em Portugal mais do que duplicaram, com um aumento acumulado de 141%. Este valor contrasta com o aumento das rendas no mesmo período, que foi de apenas 28,8% na UE. Apenas a Hungria e a Estónia registaram subidas de preços superiores a Portugal nesse período de 15 anos.

A situação portuguesa é ainda mais singular quando comparada com países como a Itália, o único Estado-membro onde os preços das casas diminuíram (-1%) desde 2010.

Os dados sublinham a intensidade da crise habitacional no país, onde a valorização dos imóveis continua a superar largamente o crescimento dos rendimentos e a inflação, criando desafios significativos de acessibilidade para a população.