Esta projeção, inscrita na proposta de OE2026, representa um marco significativo, colocando a dívida abaixo do limiar de 90% pela primeira vez desde 2009. A descida do rácio da dívida é um dos objetivos centrais da política orçamental do executivo, que aponta para uma redução de 3,3 pontos percentuais em 2025 (para 90,2% do PIB) e de mais 2,4 pontos em 2026.

O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, sublinhou a importância deste esforço, afirmando que é “fundamental nesta fase com crescimento económico e pleno emprego, continuar a reduzir a dívida em três ou quatro p.p.

ao ano”.

Segundo o governante, esta trajetória protege o país de “choques externos e da vulnerabilidade que pode surgir nos mercados” e é crucial para a melhoria dos ‘ratings’ e a confiança dos investidores.

A proposta orçamental detalha que a redução do rácio será suportada pelo crescimento económico e pelo excedente primário.

No entanto, o aumento dos encargos com juros, que deverão atingir 7,1 mil milhões de euros em 2026, contribuirá para um aumento do rácio em 2,1 pontos percentuais. O Governo projeta que, mantendo este ritmo, o rácio da dívida poderá ficar abaixo do limiar de 60% do PIB em 2035, cumprindo assim as metas europeias de médio prazo.