Estas metas ambiciosas são, no entanto, vistas com ceticismo por agências de notação financeira como a S&P, que antecipa um défice.
O excedente previsto, equivalente a 230 milhões de euros, representa uma margem orçamental muito reduzida.
O próprio ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, admitiu que a “margem é próxima de zero” para acomodar medidas adicionais sem regressar a um cenário de défice, responsabilizando o Parlamento por eventuais desvios. Esta perspetiva contrasta com a da S&P, que prevê um défice de 0,6% do PIB em 2026, justificando a sua visão mais conservadora com “pressões adicionais sobre os gastos decorrentes da defesa e dos investimentos de capital, à medida que o país acelera os projetos financiados pelo Next Generation EU”. A DBRS, embora confiante na trajetória de redução da dívida, também reconhece que “existem alguns riscos em torno das perspetivas de crescimento, o que pode dificultar o cumprimento dessa meta”. O Governo sublinha que, excluindo o impacto dos empréstimos do PRR, o saldo seria um excedente de 0,7%. A redução da dívida para 87,8% do PIB, um marco histórico, é vista como fundamental para proteger o país de choques externos e melhorar a confiança dos investidores, conforme salientou o ministro, que defendeu a importância de “continuar a reduzir a dívida em três ou quatro p.p.
ao ano”.














