O estudo aponta a falta de oferta e o forte impacto do turismo como as principais causas para a escalada de preços, que se agravaram em 2024, contrariando a tendência de alívio na maioria dos outros Estados-membros. O documento destaca que, entre 2014 e 2024, o crescimento nominal dos preços das casas em Portugal ultrapassou os 200%, e em termos reais (ajustados pela inflação) cresceu mais de 50%, o dobro da média europeia. Esta dinâmica agravou o acesso à habitação, com o rácio entre preços e rendimentos a situar-se mais de 20% acima dos níveis de há uma década.

O relatório identifica Portugal como “o país da UE onde o turismo teve o impacto mais forte nos preços das habitações”.

A análise especifica que “a expansão das plataformas de partilha de casas perturbou o mercado habitacional tradicional”. A pressão é visível no mercado de arrendamento, onde Lisboa surge como uma das capitais com a taxa de esforço mais elevada, com as rendas de um T2 em zonas 'prime' a superarem 80% do rendimento das famílias. A oferta constrangida é outro fator estrutural, agravada por barreiras regulatórias, longos processos de licenciamento (até 31 semanas) e ineficiências no setor da construção, que regista o pior desempenho de produtividade da economia europeia.