Os dados do Portal do SNS revelam que o reforço financeiro teve um efeito apenas temporário.
Em junho, os pagamentos em atraso totalizavam 547,6 milhões de euros. Após a injeção de capital, o valor diminuiu para 470,5 milhões em julho, mas voltou a disparar no mês seguinte, ultrapassando a marca dos 600 milhões.
A situação evidencia uma dificuldade estrutural no financiamento do setor.
Xavier Barreto, presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, argumenta que a questão essencial “é o subfinanciamento que se mantém”.
Em declarações citadas pela imprensa, defende que, para evitar a acumulação de dívidas, é necessário financiar os hospitais “adequadamente” desde o início do ano, em vez de recorrer a injeções de capital no final do exercício. “Não estamos a falar de um aumento do financiamento global, porque este dinheiro é pago, mas no final do ano, com uma injeção de capital.
Portanto, mais vale dá-lo no início e permitir que os hospitais não acumulem dívida logo de início“, considerou.
A persistência deste problema coloca pressão sobre os fornecedores de medicamentos e dispositivos médicos, afetando toda a cadeia de abastecimento da saúde.














