A gigante alimentar Nestlé anunciou um plano de reestruturação que prevê a dispensa de 16 mil trabalhadores em todo o mundo ao longo dos próximos dois anos. A decisão surge após a divulgação de resultados do terceiro trimestre que indicam uma queda de 1,9% nas vendas, para 71 mil milhões de euros, e reflete a necessidade de a empresa se adaptar a um mercado em evolução. O novo presidente da multinacional, Philip Navratil, justificou a medida afirmando que "o Mundo evolui e a Nestlé tem de se adaptar mais rapidamente", o que implica "tomar decisões difíceis, mas necessárias".
O plano de redução contempla a eliminação de 12 mil postos de trabalho em diversas áreas e funções, somando-se a outros 4 mil cortes já em curso para aumentar a produtividade. Com esta reestruturação, a Nestlé pretende alcançar uma redução da despesa anual de cerca de 1,078 mil milhões de euros até ao final de 2027 e aumentar a sua meta de poupança global para 3,2 mil milhões de euros. Apesar da quebra nominal nas vendas, o crescimento orgânico da empresa nos primeiros nove meses de 2025 foi de 3,3%, impulsionado por um aumento de preços de 2,8%. A empresa, que em Portugal tem duas unidades produtivas e cerca de 500 trabalhadores na fábrica de Avanca, não especificou quais os países que serão afetados pelos despedimentos.
A reestruturação visa estabilizar o grupo, cujo crescimento desacelerou devido à inflação e a um escândalo no setor de água engarrafada.
Em resumoA Nestlé irá dispensar 16 mil trabalhadores globalmente como parte de uma reestruturação para reduzir custos e adaptar-se a um mercado em mudança, após uma queda de 1,9% nas vendas. O plano visa gerar poupanças anuais de mais de mil milhões de euros, num esforço para estabilizar a empresa após um período de crescimento mais lento.