O Governo decidiu alargar para 16 o número de imóveis do Estado a serem vendidos para financiar políticas de habitação pública, esperando arrecadar uma receita de 1.215 milhões de euros. A resolução, publicada em Diário da República na última quinta-feira, determina que os procedimentos de alienação devem ser lançados até ao final do primeiro trimestre de 2026 e concluídos até ao final desse mesmo ano. A lista inclui dez imóveis em Lisboa e seis no distrito do Porto, entre os quais edifícios emblemáticos como a antiga sede da Presidência do Conselho de Ministros, e edifícios dos ministérios da Educação e da Saúde.
O diploma prevê que o valor base de cada imóvel seja definido após avaliação por, pelo menos, duas entidades independentes.
A medida faz parte do pacote “Construir Portugal” e visa “disponibilização no mercado de imóveis públicos devolutos ou subutilizados”.
No entanto, a utilização desta receita extraordinária para equilibrar as contas de 2026 já está a ser questionada. O Conselho das Finanças Públicas (CFP), no seu parecer ao Orçamento do Estado, alertou que o excedente de 0,1% previsto pelo Governo está alicerçado em receitas de caráter extraordinário, como esta venda de imóveis, o que “suscita dúvidas quanto à sua sustentabilidade”.
O CFP considera que, excluindo estas operações pontuais, o saldo orçamental seria, na verdade, um défice.
Em resumoO Governo vai vender 16 imóveis públicos, esperando uma receita de 1,2 mil milhões de euros para financiar a habitação. A medida, formalizada na última semana, inclui edifícios de ministérios, mas o Conselho das Finanças Públicas já alertou que esta receita extraordinária mascara a sustentabilidade do excedente orçamental previsto para 2026.