O relatório, divulgado na última quinta-feira, aponta que a previsão do Governo assenta em “receitas de caráter extraordinário e em pressupostos que refletem, em alguns casos, alterações não fundamentadas à dinâmica normal da despesa”. O CFP identifica uma potencial subestimação da despesa em rubricas como o consumo intermédio (diferença de 831 milhões de euros) e o investimento com financiamento nacional (1.134 milhões de euros). A entidade alerta que, sem o efeito de receitas pontuais como a venda de imóveis do Estado e dividendos adicionais, o saldo orçamental seria negativo em 0,3% do PIB. A análise do CFP critica o que considera ser uma repetição de “práticas que no passado limitaram a transparência e a credibilidade da política orçamental”.

A instituição independente sublinha ainda que a despesa com a defesa “aparenta estar aquém do esforço assumido por Portugal”.

Estas conclusões marcam o início do debate parlamentar do OE2026, colocando em causa a robustez das projeções do Ministério das Finanças.