O gasóleo, o combustível mais utilizado no país, foi o mais afetado com um aumento de 4,5 cêntimos por litro, enquanto a gasolina simples 95 subiu 2 cêntimos. Com esta atualização, o preço médio do gasóleo simples deverá fixar-se em 1,59 euros por litro, e o da gasolina simples 95 subirá para 1,705 euros por litro.

Este aumento, descrito como o maior para o gasóleo nos últimos três meses, surge num contexto de crescente pressão sobre os consumidores e de debate sobre a política fiscal do Governo. O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, já havia indicado que a eliminação do desconto em vigor no Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP) será feita de forma "o mais gradual possível" para não afetar o preço final. Esta medida de apoio foi criada em 2022 para mitigar o impacto da subida do preço do petróleo, que na altura atingiu os 120-130 dólares por barril, encontrando-se atualmente em cerca de 60 dólares. A reversão do apoio é uma obrigação imposta pela Comissão Europeia, por se tratar de um desconto temporário. O Conselho das Finanças Públicas (CFP) estima que a eliminação total do desconto no ISP, juntamente com a atualização da taxa de carbono, poderá gerar uma receita adicional para o Estado de 1.132 milhões de euros. A subida dos preços reflete não só as cotações internacionais e a valorização do dólar, mas também a antecipação do fim dos apoios fiscais que têm vindo a mitigar os custos para o consumidor final, representando um desafio adicional para a gestão financeira das famílias e para a competitividade das empresas que dependem dos transportes.