A situação persiste há vários meses, apesar das garantias de regularização dadas pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) e pelo ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz.
Embora cerca de 130 mil inquilinos recebam o apoio mensalmente, um número significativo de beneficiários, estimado entre 40 mil e 46 mil, viu o pagamento interrompido. O IHRU justifica a demora com a necessidade de verificar "incongruências" detetadas nos processos, como discrepâncias nos rendimentos declarados, falta de recibos ou divergências entre os dados fiscais de senhorios e inquilinos.
No entanto, muitos afetados afirmam desconhecer os motivos da suspensão e relatam dificuldades em obter esclarecimentos, com alguns a esperar há dois anos pelo apoio.
Os números divulgados pelo próprio IHRU têm sido contraditórios, variando entre 43 mil e 58 mil o número de processos com problemas.
O ministro Miguel Pinto Luz defendeu a atuação do instituto, afirmando que "tem de se resolver a incongruência e só depois é que se pode pagar", e desvalorizou as queixas sobre as dificuldades no atendimento, garantindo que o IHRU emite "167 senhas todos os dias" a nível nacional.
A suspensão automática do subsídio quando surgem dúvidas nos dados, um mecanismo desenhado para acelerar a atribuição, acabou por gerar sucessivos bloqueios, deixando milhares de famílias em situação de incerteza.














