As contas públicas portuguesas apresentaram um excedente de 6.304,1 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, uma melhoria de 610,8 milhões de euros face ao período homólogo de 2024. Este resultado positivo deve-se a um crescimento da receita (6,6%) superior ao da despesa (6,3%), segundo a síntese de execução orçamental divulgada pela Entidade Orçamental. A robustez da receita fiscal e contributiva foi o principal motor deste desempenho. A receita fiscal do Estado cresceu 5,8%, totalizando 48.014,8 milhões de euros, impulsionada pelo bom desempenho do IVA (+8,7%) e do IRS (+7,1%). O aumento da receita do IRS foi justificado em parte pela redução dos reembolsos (-21,9%).
A receita contributiva para a Segurança Social também registou um forte crescimento de 8,3%.
Do lado da despesa, o principal aumento verificou-se com pessoal, que cresceu 8,7% devido às "medidas de valorização remuneratória dos trabalhadores em funções públicas". Em contrapartida, a despesa com juros e outros encargos diminuiu 1,1%.
O excedente da Segurança Social contribuiu significativamente para o saldo global, atingindo 4.745,4 milhões de euros até setembro, um valor superior aos 4.308,3 milhões registados no mesmo período do ano anterior. Estes números, na ótica da contabilidade pública, confirmam a trajetória de consolidação orçamental, beneficiando da dinâmica do mercado de trabalho e do consumo.
Em resumoO excedente orçamental de 6,3 mil milhões de euros até setembro confirma a trajetória de consolidação das contas públicas. Este desempenho foi sustentado por um forte crescimento da receita fiscal e contributiva, que superou o aumento da despesa, nomeadamente com pessoal.