A taxa de desemprego em Portugal recuou para 5,8% no terceiro trimestre de 2025, o valor mais baixo dos últimos três anos, enquanto a população empregada atingiu um novo máximo histórico de 5,33 milhões de pessoas. Estes dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam um mercado de trabalho robusto, embora surjam alertas para uma crescente escassez de talento. De acordo com o INE, a população desempregada foi estimada em 326,6 mil pessoas, uma diminuição de 0,9% face ao trimestre anterior e de 2,4% em termos homólogos.
O crescimento do emprego foi impulsionado principalmente pelo setor dos serviços, com destaque para a hotelaria e restauração, que cresceram 7,6%.
A análise da Randstad Research sublinha que este dinamismo é acompanhado por um fator estrutural preocupante: a redução da reserva de inativos com potencial para entrar no mercado de trabalho. Esta diminuição "agrava a escassez de talento, limita a capacidade de expansão das empresas e torna urgente reforçar políticas e estratégias que valorizem trabalhadores seniores, promovam reconversão profissional em grande escala e incentivem a atracção de talento internacional".
A taxa de desemprego dos jovens (16 a 24 anos) aumentou para 18,8%, mas a população empregada neste grupo etário também cresceu 7,5%.
Regionalmente, a Península de Setúbal (6,9%) e a Grande Lisboa (6,2%) apresentaram taxas de desemprego acima da média nacional.
Em resumoO mercado de trabalho português demonstrou uma forte vitalidade no terceiro trimestre, com um recorde de população empregada e a taxa de desemprego a recuar para 5,8%. No entanto, o dinamismo económico enfrenta o desafio estrutural da escassez de mão de obra, que poderá condicionar o crescimento futuro se não forem implementadas estratégias eficazes de qualificação e atração de talento.