As exportações da indústria portuguesa de componentes para automóveis registaram uma quebra homóloga de 4,1% em setembro, totalizando 994 milhões de euros. A AFIA – Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel alerta que esta tendência, que contrasta com o crescimento global das exportações nacionais, reflete os desafios de competitividade enfrentados pelo setor na Europa. O recuo em setembro agrava a tendência negativa acumulada nos primeiros nove meses do ano, período em que as exportações do setor diminuíram 3,7% em relação a 2024, totalizando 8,9 mil milhões de euros. Esta performance contrasta fortemente com o total das exportações nacionais de bens, que subiram 14,3% em setembro. Apesar da quebra, o setor mantém um peso significativo de 14,7% nas exportações de bens transacionáveis. A Europa continua a ser o principal destino, absorvendo 88,4% das vendas, mas com uma quebra de 3,6%. Mercados cruciais como a Alemanha registaram uma contração de 10,9%, enquanto Espanha, o principal cliente com uma quota de 29%, teve um ligeiro aumento de 0,2%.
O presidente da AFIA, José Couto, defende que “sem competitividade, Portugal e a Europa arriscam perder terreno nas cadeias globais de valor”. A associação sublinha que a indústria enfrenta “pressão regulatória e incerteza normativa, volatilidade da procura e das cadeias de abastecimento, intensificação da concorrência internacional” e custos financeiros exigentes.
José Couto apela a “estabilidade legislativa, custos de contexto mais baixos e execução mais rápida dos programas de apoio para acelerar o investimento”.
Em resumoA queda de 4,1% nas exportações de componentes automóveis em setembro sinaliza dificuldades para um setor industrial chave em Portugal. A AFIA alerta para a perda de competitividade europeia, pedindo medidas de apoio para enfrentar a concorrência internacional e os elevados custos de produção, num contexto de incerteza regulatória.