Pela primeira vez, os medicamentos considerados essenciais e críticos, bem como todos os fármacos com preço de venda ao público (PVP) até 30 euros, ficarão isentos da revisão anual de preços em 2026. A medida, anunciada pelo presidente do Infarmed, Rui Ivo, visa mitigar o risco de ruturas de stock e garantir a sustentabilidade e disponibilidade de medicamentos de baixo custo, representando uma poupança estimada de 50 milhões de euros para o Estado. A nova portaria da Revisão Anual de Preços (RAP) alarga significativamente o limite de isenção, que no ano passado se fixava nos 16 euros.
A medida abrange medicamentos de elevada utilização em Portugal, como a Metformina (antidiabético) e o Paracetamol (analgésico).
No mercado hospitalar, a isenção aplica-se a medicamentos até 75 euros, como o Docetaxel (oncologia).
Para os medicamentos com preços acima destes limites, os seus preços serão comparados com a média de uma cesta de países de referência (Espanha, França, Itália e Bélgica), podendo ser reduzidos até um máximo de 20% se o preço em Portugal for superior. Rui Ivo explicou que a medida "reduz os preços dos medicamentos, mas de forma controlada, garantindo que não haja alterações disruptivas que comprometam a estabilidade do mercado". A regra de isenção da revisão de preços para medicamentos genéricos e biossimilares será mantida, de modo a estimular a entrada de novas opções no mercado e gerar poupança para os cidadãos e para o SNS.
Em resumoA isenção da revisão de preços para medicamentos até 30 euros é uma medida estratégica para garantir o abastecimento de fármacos essenciais e de baixo custo. Ao mesmo tempo que gera uma poupança significativa para o Estado, a nova regra procura equilibrar o controlo da despesa com a estabilidade do mercado farmacêutico.