Os ministros das Finanças da União Europeia acordaram eliminar a isenção de direitos aduaneiros para encomendas importadas de países terceiros com valor inferior a 150 euros. A medida, que visa combater a fraude e a concorrência desleal de plataformas como a Shein, Temu e AliExpress, deverá ser implementada de forma faseada, com uma solução temporária prevista já para 2026. Atualmente, estas encomendas de baixo valor entram no espaço comunitário sem pagar taxas aduaneiras, uma prática que, segundo as autoridades europeias, tem sido explorada através da subavaliação de mercadorias ou da divisão de remessas para contornar o limiar de 150 euros.
Com a nova regra, os direitos aduaneiros passarão a ser cobrados "a partir do primeiro euro", alinhando o regime com o do IVA, que já se aplica a todas as importações.
A ministra dinamarquesa da Economia, Stephanie Lose, explicou que o objetivo é responder ao "grande volume de mercadorias de baixo custo importadas", que em 2024 atingiram um volume massivo. A medida visa criar condições de concorrência equitativas para as empresas europeias, reforçar o controlo de produtos que não cumprem as normas de segurança ou ambientais e cobrir os custos aduaneiros que hoje são suportados pelos Estados-membros. A regra definitiva entrará em vigor com a operacionalização do novo Centro de Dados Aduaneiros da UE, prevista até 2028, mas os ministros solicitaram à Comissão Europeia uma solução provisória para 2026, que poderá incluir uma taxa fixa de cerca de dois euros por encomenda.
Em resumoA União Europeia decidiu eliminar a isenção de taxas aduaneiras para encomendas de valor inferior a 150 euros, visando principalmente as importações da China. A medida pretende combater a fraude fiscal e a concorrência desleal, com uma solução temporária a ser implementada em 2026 e a regra definitiva em 2028.