A decisão, que poderá ter um impacto significativo na economia e turismo do arquipélago, foi justificada pela empresa com o aumento das taxas aeroportuárias e a inação governamental.
A saída da Ryanair dos Açores representa um potencial choque para a conectividade e economia da região, com a perda prevista de seis rotas e cerca de 400.000 passageiros anuais. A companhia acusa diretamente a ANA, concessionária dos aeroportos, de praticar taxas excessivas, apontando para um aumento de 120% nas taxas de navegação aérea desde a pandemia e a introdução de uma "taxa de viagem de 2 euros".
Jason McGuinness, CCO da Ryanair, afirmou que a decisão é "resultado direto do operador aeroportuário monopolista francês – VINCI – que impõe taxas aeroportuárias excessivas em Portugal". A transportadora critica ainda o que considera "taxas ambientais anticoncorrenciais impostas pela UE", que isentam voos de longo curso mais poluentes.
Em resposta, tanto o Governo português como a ANA manifestaram "surpresa" com os argumentos.
O Ministério das Infraestruturas contrapôs que "a taxa de rota aplicada aos Açores é a mais baixa da Europa" e que a companhia recebeu "dezenas de milhões de euros em incentivos". A ANA acrescentou que as conversas recentes com a companhia "estavam orientadas no sentido de aumentar, e não reduzir" a oferta.
Representantes do setor turístico e governamentais dos Açores, como o presidente da Visit Azores, Luís Capdeville Botelho, consideram o anúncio uma "forma de pressão negocial", uma tática que dizem ser habitual da companhia.
No entanto, a Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada alertou para um "choque sem precedentes" na economia açoriana.













