O endividamento do setor não financeiro em Portugal registou em setembro o maior aumento mensal desde o início da pandemia, subindo 9,4 mil milhões de euros. A dívida total das administrações públicas, empresas e particulares atingiu um novo valor de 866,4 mil milhões de euros. De acordo com os dados divulgados pelo Banco de Portugal, este aumento significativo, o mais elevado desde abril de 2020, foi impulsionado tanto pelo setor público como pelo privado. O endividamento do setor público cresceu 6,7 mil milhões de euros, refletindo essencialmente o investimento de não residentes em títulos de dívida pública portuguesa. O setor privado, por sua vez, viu o seu endividamento aumentar em 2,6 mil milhões de euros. Deste montante, 478 mil milhões de euros correspondem ao setor privado (empresas e particulares) e 388,4 mil milhões ao setor público. No detalhe do setor privado, o endividamento dos particulares subiu 1,3 mil milhões de euros, maioritariamente devido ao crédito à habitação, que cresceu mil milhões de euros. Já o endividamento das empresas privadas aumentou 1,4 mil milhões de euros, impulsionado pelo financiamento obtido junto do setor financeiro (+0,8 mil milhões) e do exterior (+0,6 mil milhões).
Em termos homólogos, o endividamento dos particulares subiu 7,8%, atingindo um novo máximo desde o início da série em dezembro de 2008, enquanto o das empresas privadas cresceu 2,5%, em linha com o mês anterior.
Este forte crescimento da dívida reflete um contexto de maior recurso ao financiamento por parte de todos os agentes económicos.
Em resumoEm setembro, a dívida da economia portuguesa aumentou 9,4 mil milhões de euros, atingindo 866,4 mil milhões. Este foi o maior disparo mensal desde abril de 2020, impulsionado pelo endividamento do Estado junto de investidores estrangeiros e pelo contínuo crescimento do crédito à habitação por parte das famílias.