O acesso à habitação em Portugal tornou-se mais difícil para a classe média, com a oferta de casas à venda por um preço até 200 mil euros a registar uma quebra de 73% nos últimos cinco anos. Os dados, publicados pelo idealista, revelam uma transformação profunda no mercado imobiliário, onde o segmento mais acessível está a desaparecer rapidamente, enquanto a oferta de imóveis de luxo ganha terreno. Entre o terceiro trimestre de 2020 e o mesmo período de 2025, não só a faixa de preço mais baixa sofreu uma redução drástica, como também o patamar seguinte, entre 200 mil e 300 mil euros, viu o stock disponível recuar 32%. Em contrapartida, a oferta de habitações com preços entre 400 mil e 500 mil euros subiu 37%, e a de casas que custam mais de meio milhão de euros cresceu 42%.
A situação é particularmente crítica nos grandes centros urbanos.
No Funchal, a oferta de casas até 200 mil euros caiu 97% em cinco anos, passando a representar apenas 1% do stock local. Em Lisboa, a quebra foi semelhante, com esta faixa de preço a representar agora apenas 2% da oferta.
Esta tendência, justificada por fatores como os elevados custos de construção e a alta carga fiscal, está a empurrar os preços para cima e a limitar as opções para as famílias com rendimentos médios.
Em resumoO mercado imobiliário português assistiu a uma queda de 73% na oferta de casas até 200 mil euros nos últimos cinco anos, enquanto o segmento de luxo (+42%) expandiu-se. Esta tendência agrava as dificuldades de acesso à habitação para a classe média, especialmente em cidades como Funchal e Lisboa, onde a habitação acessível se tornou residual.