A Península Ibérica consolidou-se como o principal destino de investimento hoteleiro na Europa, captando 19% de um volume total de 16 mil milhões de euros nos primeiros nove meses de 2025. Em Portugal, o investimento atingiu 341 milhões de euros até novembro, com um foco estratégico no segmento de luxo. De acordo com dados da CBRE, o mercado hoteleiro ibérico superou destinos tradicionais como o Reino Unido (16%) e França (13%), num ano em que o investimento europeu no setor cresceu 1,2 mil milhões de euros face ao período homólogo. Este dinamismo reflete uma transformação estrutural do turismo em Portugal e Espanha, que não só recuperaram totalmente da pandemia, como evoluíram para modelos de maior valor acrescentado.
Em Portugal, o Preço Médio Diário (ADR) cresceu 39% e a Receita por Quarto Disponível (RevPAR) aumentou 44% em comparação com 2019, valores alinhados com os de Espanha (ADR +37% e RevPAR +44%).
Um dos principais motores desta valorização é a alteração do perfil do turista, com destaque para o crescimento de 91% de visitantes dos EUA face a 2019, que procuram maioritariamente o segmento de luxo. O investimento hoteleiro em Portugal, que atingiu 341 milhões de euros até novembro, é liderado por investidores institucionais (59%), ao contrário de Espanha, onde dominam as cadeias hoteleiras (41%). A estratégia em Portugal é clara: 81% do volume transacionado foi direcionado para hotéis de 5 estrelas.
Geograficamente, nos últimos cinco anos, o Algarve atraiu 52% do investimento, seguido por Lisboa (18%) e Porto (12%).
O setor também assiste à ascensão de conceitos como ‘lifestyle’, onde um hotel de 4 estrelas em Lisboa pode atingir uma ADR de 260€, um prémio de 90% face a um hotel convencional.
Em resumoPortugal e Espanha afirmaram-se como líderes no investimento hoteleiro europeu, captando 19% do mercado. Portugal, em particular, atraiu 341 milhões de euros, com 81% direcionados para o luxo, impulsionado por investidores institucionais e pela crescente procura de turistas norte-americanos, resultando num aumento significativo do RevPAR e do ADR em comparação com os níveis pré-pandemia.