As condições climáticas atípicas, nomeadamente a ausência de chuva e o calor intenso, são apontadas como as principais causas para a desidratação do fruto e a consequente redução do rendimento. Susana Sassetti, diretora executiva da Olivum, explicou que a “ausência de chuva nos meses mais decisivos, necessária à manutenção do crescimento normal das azeitonas, combinada com calor intenso” afetou o desenvolvimento do fruto, “até mesmo nos olivais com rega”.

Em Trás-os-Montes, uma das regiões mais afetadas, o presidente da APPITAD, Francisco Pavão, atribuiu as quebras, que variam entre 10% e 30%, às temperaturas elevadas em maio e a um verão seco que provocou “um longo período de stress hídrico”. Apesar da menor produção, a qualidade do azeite é destacada como muito boa, com Jeremias Lancastre e Távora, da Olivogestão, a garantir que o Alentejo irá produzir “100% de azeite virgem extra com um grau de acidez muito baixo”. O setor enfrenta ainda desafios como a contratação de mão-de-obra e a descida do preço pago ao produtor, que caiu de cinco para 4,5 euros por quilo desde outubro, enquanto os preços no retalho se mantêm elevados.