O Alentejo foi a região do país com o crescimento económico mais baixo em 2024, registando uma variação real do Produto Interno Bruto (PIB) de apenas 1,1%, significativamente abaixo da média nacional de 2,1%. Os dados provisórios das Contas Regionais, divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), confirmam a persistência de acentuadas assimetrias no desenvolvimento económico do território português. O desempenho fraco do Alentejo foi justificado pelo INE com a evolução negativa de setores relevantes para a economia regional.
A indústria e energia registaram uma quebra de 2,3% no Valor Acrescentado Bruto (VAB), as atividades imobiliárias recuaram 2,1% e o setor do comércio, transportes, alojamento e restauração diminuiu 0,6%.
O INE destaca que o Alentejo “foi a única região em que estes três ramos contribuíram negativamente para a evolução do PIB regional”.
A Região Autónoma da Madeira também apresentou um crescimento inferior à média nacional, com uma subida de 1,5%.
Em contraste, regiões como os Açores, Algarve e Norte cresceram 0,2 pontos percentuais acima da média do país (2,3%).
No que toca ao poder de compra, a Grande Lisboa manteve-se como a única região a superar a média da União Europeia, com um PIB per capita em paridades de poder de compra de 128,9%. As restantes regiões aproximaram-se da média europeia, com exceção do Alentejo, que manteve o índice de 77,1% registado em 2023, acentuando o seu afastamento relativo.
Em resumoOs dados económicos de 2024 revelam um Portugal a várias velocidades, com o Alentejo a registar o crescimento mais lento do país (1,1%). A quebra em setores-chave como a indústria e os serviços penalizou a região, que não acompanhou a convergência com a média europeia no poder de compra, ao contrário da maioria das outras regiões e da Grande Lisboa, que se mantém como o principal motor económico nacional.