No entanto, os senhorios que não aplicaram as atualizações anuais nos últimos anos poderão acumular os coeficientes, resultando numa subida que pode ultrapassar os 11%. A legislação permite que os coeficientes não aplicados sejam acumulados e usados numa única atualização posterior. Assim, um senhorio que não tenha revisto a renda desde 2022 pode aplicar simultaneamente os coeficientes de 2023 (2%), 2024 (6,94%) e 2025 (2,16%), para além do novo coeficiente de 2,24% para 2026. A acumulação destes valores resulta num aumento global de cerca de 11,1%.

Na prática, uma renda de 1.000 euros mensais poderia passar para aproximadamente 1.111 euros, um acréscimo de 111 euros por mês que representa um impacto anual superior a 1.300 euros no orçamento familiar.

A atualização não é obrigatória e só pode ocorrer 12 meses após o início do contrato ou da última revisão.

O senhorio deve comunicar o aumento por carta registada com 30 dias de antecedência.

Para mitigar o impacto, os inquilinos podem recorrer a apoios como o apoio extraordinário à renda, para agregados com taxa de esforço superior a 35%, e deduções no IRS, cujo limite subirá para 750 euros em 2026. Programas como o Arrendamento Acessível e o Porta 65 Jovem continuam a ser opções para agregados com menores rendimentos.