A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação em Portugal continuou a sua trajetória descendente em novembro, fixando-se em 3,133%, o que representa uma redução de 4,7 pontos base face a outubro. No entanto, os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam um ponto de viragem nos novos contratos, que registaram a primeira subida desde abril. Para a totalidade dos contratos, esta é a 22.ª descida mensal consecutiva, acumulando uma redução de 152,4 pontos base desde o pico de 4,657% atingido em janeiro de 2024. A prestação média mensal manteve-se estável nos 394 euros, um valor inferior em 9 euros ao registado em novembro de 2024. Pelo terceiro mês consecutivo, a componente de juros representou menos de metade da prestação (49%), com 201 euros a serem destinados à amortização de capital.
O capital médio em dívida para o total dos contratos subiu 490 euros, para 74.670 euros.
O sinal de mudança surge nos contratos celebrados nos últimos três meses.
Nestes, a taxa de juro subiu ligeiramente para 2,853%, um aumento de 0,3 pontos base. Embora a variação seja residual, quebra um ciclo de sete meses de descidas.
A prestação média para estes novos contratos também aumentou 2 euros, para 668 euros, um valor 5,7% superior ao do ano anterior. Este aumento reflete não só a ligeira subida dos juros, mas também o maior capital médio em dívida para os novos empréstimos, que atingiu 166.661 euros.
Em resumoEm novembro, a taxa de juro média do crédito à habitação desceu para 3,133%, com a prestação média a estabilizar nos 394 euros. Contudo, os novos contratos registaram a primeira subida de juros em sete meses, para 2,853%, sinalizando uma possível inversão na tendência de alívio do custo do crédito para novas aquisições.