A decisão, que entrou em vigor esta semana, é vista por analistas como uma retaliação direta às tarifas anunciadas por Bruxelas sobre os veículos elétricos chineses. O Ministério do Comércio chinês justificou a medida com as conclusões preliminares de uma investigação anti-subsídios, iniciada em agosto de 2024, que determinou que os produtos europeus, como queijos e leite, beneficiavam de subvenções que causaram “danos substanciais” à indústria chinesa. As empresas portuguesas que colaboraram com a investigação enfrentarão uma tarifa de 9,8%.

A França, maior exportador europeu de laticínios para a China, é o país mais afetado, mas Itália, Dinamarca e Espanha também estão entre os principais visados.

Esta é a segunda medida do género em pouco tempo, após a imposição de tarifas sobre a carne de porco da UE no início de dezembro.

Embora o governo chinês negue uma ligação direta, a sequência de ações é interpretada como uma resposta à investigação europeia sobre os subsídios aos veículos elétricos.

Valdis Dombrovskis, comissário europeu do Comércio, já tinha contestado a investigação chinesa, considerando-a baseada em “provas insuficientes e alegações questionáveis”.

A decisão final sobre os produtos lácteos será conhecida nos próximos meses, mas as tarifas provisórias mantêm-se em vigor, agravando um cenário de crescente protecionismo global.