O setor das Administrações Públicas registou um excedente orçamental de 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB) nos primeiros nove meses de 2025, o que corresponde a 4.762 milhões de euros. O valor, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), fica ligeiramente abaixo dos 2,3% registados no mesmo período de 2024, mas reforça a confiança do Governo no cumprimento da meta de um excedente de, pelo menos, 0,3% do PIB para o conjunto do ano. Analisando apenas o terceiro trimestre, o excedente foi de 2.952 milhões de euros, correspondendo a 3,8% do PIB, um valor inferior aos 4,9% do período homólogo. Esta evolução reflete um aumento de 7,7% da receita total e um crescimento mais acentuado da despesa total, de 10,8%. O Ministério das Finanças destacou que, "não obstante as medidas de alívio fiscal e reforço do rendimento de pensionistas ocorridas neste trimestre, o país mantém um saldo positivo nas contas públicas, o que resulta de uma política orçamental prudente e sólida".
No acumulado de janeiro a setembro, a receita total cresceu 7%, impulsionada pela receita fiscal e pelas contribuições sociais, enquanto a despesa total aumentou 7,7%, com destaque para o aumento das remunerações dos funcionários (8,2%) e das prestações sociais (7,7%).
Apesar de o último trimestre ser tradicionalmente de maior pressão na despesa, os dados atuais sugerem que a meta do Governo é alcançável e poderá mesmo ser superada.
Em resumoPortugal registou um excedente orçamental de 2,1% do PIB até setembro de 2025, totalizando 4.762 milhões de euros. Apesar de uma ligeira descida face a 2024, o resultado reforça a confiança do Governo em atingir a meta anual de um excedente de, pelo menos, 0,3% do PIB, mesmo com o aumento da despesa no terceiro trimestre.