Este acordo surge no contexto das rigorosas restrições à exportação impostas pela administração Trump para limitar o avanço tecnológico de Pequim.

A medida permite que as empresas norte-americanas retomem, de forma controlada, a venda de processadores específicos para o mercado chinês, como o H20 da Nvidia e o MI308 da AMD, que foram concebidos com capacidades inferiores para cumprir as sanções. A transação pode render mais de dois mil milhões de dólares aos cofres dos EUA, transformando, na prática, o controlo de exportações numa fonte de receita direta para o Estado. Fontes da Casa Branca confirmaram o acordo, que é visto como uma solução invulgar, comparável a um modelo de "ação de ouro" ('golden share'), onde o governo se torna um parceiro nas operações das empresas em território chinês.

A decisão foi formalizada pouco antes do fim da trégua comercial de 90 dias entre as duas maiores economias mundiais, sinalizando uma nova fase na gestão das tensões geopolíticas.

A administração Trump ainda não determinou como irá utilizar os fundos arrecadados.

A medida insere-se numa estratégia mais ampla de pressão sobre a indústria de semicondutores, com Donald Trump a afirmar que o setor pagaria 100% de tarifas se as empresas não investissem nos EUA, um movimento que já levou gigantes como a taiwanesa TSMC a comprometerem-se com a produção em solo americano.